Maria no Catecismo da Igreja Católica
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Maria no Catecismo da Igreja Católica
MARIA NA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
1 ANUNCIAÇÃO
§ 484 A Anunciação a Maria inaugura a "plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele em quem habitará “corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). A resposta divina à sua pergunta "Como se fará isto, se não conheço homem algum?" (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: "O Espírito Santo virá sobre ti" (Lc 1,35).
§ 490 Para ser a Mãe do Salvador, Maria "foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função[a1]". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça[a2]". Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.
2 ASSENTIMENTO DE MARIA
§ 148 A Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc 1,37[fca3]) e dando seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38). Isabel a saudou: "Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45). É em virtude desta fé que todas as gerações a proclamarão bem-aventurada[fca4].
§ 490 Para ser a Mãe do Salvador, Maria "'foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função[a5]". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça[a6]". Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.
"FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA...
§494 Ao anúncio de que, sem conhecer homem algum, ela conceberia o Filho do Altíssimo pela virtude do Espírito Santo[a7], Maria respondeu com a "obediência da fé[a8]", certa de que "nada é impossível a Deus": "Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,37-38). Assim, dando à Palavra de Deus o seu consentimento, Maria se tomou Mãe de Jesus e, abraçando de todo o coração, sem que nenhum pecado a retivesse, a vontade divina de salvação, entregou-se ela mesma totalmente à pessoa e à obra de seu Filho, para servir, na dependência dele e com Ele, pela graça de Deus, ao Mistério da Redenção[a9]:
Como diz Santo Irineu, "obedecendo, se fez causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano[a10]". Do mesmo modo, não poucos antigos Padres dizem com ele: "O nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade a virgem Maria desligou pela fé[a11]”. Comparando Maria com Eva, chamam Maria de "mãe dos viventes" e com freqüência afirmam: "Veio a morte por Eva e a vida por Maria[a12]”.
3 ASSUNÇÃO DE MARIA
...TAMBÉM EM SUA ASSUNÇÃO...
§966 "Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho,
4 CONCEPÇÃO PELO ESPÍRITO SANTO
§ 437 O anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus como o do Messias prometido a Israel: "Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador que é o Cristo Senhor" (Lc 2,11). Desde o inicio Ele é "aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo" (Jo 10,36), concebido como "Santo[a13]" no seio virginal de Maria. José foi chamado por Deus "a receber Maria, sua mulher", grávida "daquele que foi gerado nela pelo Espírito Santo" (Mt 1,21), para que Jesus, "que se chama Cristo", nascesse da esposa de José na descendência messiânica de Davi (Mt 1,16[a14]).
§ 456 Com o Credo niceno-constantinopolitano, respondemos, confessando: "E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem[a15]"
§ 484 A Anunciação a Maria inaugura a "plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele em quem habitará “corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). A resposta divina à sua pergunta "Como se fará isto, se não conheço homem algum?" (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: "O Espírito Santo virá sobre ti" (Lc 1,35).
§ 485 A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho[a16]. O Espírito Santo é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-la divinamente, ele que é "o Senhor que da a Vida", fazendo com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua.
§ 486 Ao ser concebido como homem no seio da Virgem Maria, o Filho Único do Pai é "Cristo", isto e, ungido pelo Espírito Santo [a17]desde o início de sua existência humana, ainda que sua manifestação só se realize progressivamente: aos pastores[a18], aos magos[a19], a João Batista[a20], aos discípulos[a21]. Toda a Vida de Jesus Cristo manifestará, portanto, "como Deus o ungiu com o Espírito e com poder" (At 10,38).
A MATERNIDADE DIVINA DE MARIA
§495 Denominada nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" (João 2,1;19,25[a22]), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como "a Mãe de meu Senhor" (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos[a23]).
§ 723 Em Maria, o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se em fecundidade única pelo poder do Espírito [a24]e da fé[a25].
5 IMACULADA CONCEIÇÃO
§ 490 Para ser a Mãe do Salvador, Maria "foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função[a26]". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça[a27]". Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.
§ 491 Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, "cumulada de graça" por Deus[a28], foi redimida desde a concepção. E isso que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX:
A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi preservada imune de toda mancha do pecado original[a29].
§ 492 Esta "santidade resplandecente, absolutamente única" da qual Maria é "enriquecida desde o primeiro instante de sua conceição[a30], lhe vem inteiramente de Cristo: "Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime[a31]". Mais do que qualquer outra pessoa criada, o Pai a "abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo" (Ef 1,3). Ele a "escolheu nele (Cristo), desde antes da fundação do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no amor" (Ef 1,4).
§493 Os Padres da tradição oriental chamam a Mãe de Deus "a toda santa" ("Pan-hagia"; pronuncie "pan-haguía"), celebram-na como "imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo, e formada como uma nova criatura[a32]". Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida.
Maria, imune do pecado
§ 411 A tradição cristã vê nesta passagem um anúncio do "novo Adão[a33]", que, por sua "obediência até a morte de Cruz" (Fl 2,8), repara com superabundância a desobediência de Adão[a34]. De resto, numerosos Padres e Doutores da Igreja vêem na mulher anunciada no "proto-evangelho" a mãe de Cristo, Maria, como "nova Eva". Foi ela que, primeiro e de uma forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi preservada de toda mancha do pecado original [a35]e durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado[a36].
6 MARIA, MEDIANEIRA DA GRAÇA
§ 969 "Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora. protetora, medianeira[a37]."
7 OBRA DO ESPÍRITO SANTO
§721 Maria, a Mãe de Deus toda santa, sempre Virgem, é a obra prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo pela primeira vez no plano da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a Morada em, que seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens. E neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria".
Nela começam a manifestar-se as "maravilhas de Deus" que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja.
§722 O Espírito Santo preparou Maria com sua graça. Convinha que fosse "cheia de graça" a mãe daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade" (Cl 2,9). Por pura graça, ela foi concebida sem pecado como a mais humilde das criaturas; a mais capaz de acolher o Dom inefável do Todo-Poderoso. É com razão que o anjo Gabriel a saúda como a "filha de Sião": "Alegra-te". É a ação de graças de todo o Povo de Deus, e portanto da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Espírito Santo em seu cântico, enquanto traz em si o Filho Eterno.
§723 Em Maria, o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se em fecundidade única pelo poder do Espírito [a38]e da fé[a39].
§724 Em Maria, o Espírito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da Virgem. Ela é a Sarça ardente da Teofania definitiva: repleta do Espírito Santo, ela mostra o Verbo na humildade de sua carne, e é aos Pobres [a40]e às primícias das nações [a41]que ela o dá a conhecer.
§725 Finalmente, por Maria o Espírito Santo começa a pôr em Comunhão com Cristo os homens, "objetos do amor benevolente de Deus[a42]", e os humildes são sempre os primeiros a recebê-lo: os pastores, os magos, Simeão e Ana, os esposos de Caná e os primeiros discípulos.
§726 Ao final desta missão do Espírito, Maria torna-se a "Mulher", nova Eva, "mãe dos viventes", Mãe do "Cristo total[a43]". É nesta qualidade que ela está presente com os Doze, “com um só coração, assíduos à oração" (At 1,14), na aurora dos "últimos tempos" que o Espírito vai inaugurar na manhã de Pentecostes, com a manifestação da Igreja.
8 PREDESTINAÇÃO DE MARIA
§ 488 "Deus enviou Seu Filho" (Gl 4,4), mas, para "formar-lhe um corpo[a44]" quis a livre cooperação de uma criatura. Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, "uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria" (Lc 1,26-27):
Quis o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida[a45].
§ 489 Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas mulheres. No princípio está Eva: a despeito de sua desobediência, ela recebe a promessa de uma descendência que será vitoriosa sobre o Maligno [a46]e a de ser a mãe de todos os viventes[a47][a48]. Em virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade avançada. Contra toda expectativa humana, Deus escolheu o era tido como impotente e fraco [a49]para mostrar sua fidelidade à sua promessa: Ana, a mãe de Samuel[a50], Débora, Rute, Judite e Ester, e muitas outras mulheres. Maria "sobressai entre (esses) humildes e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com confiança a Salvação. Com ela, Filha de Sião por excelência, depois de uma demorada espera da promessa, completam-se os tempos e se instaura a nova economia[a51]"
A MATERNIDADE VIRGINAL DE MARIA NO DESÍGNIO DE DEUS
§502 O olhar da fé pode descobrir, tendo em mente o conjunto da Revelação, as razões misteriosas pelas quais Deus, em seu desígnio salvífico, quis que seu Filho nascesse de uma virgem. Essas razões tocam tanto a pessoa e a missão redentora de Cristo quanto o acolhimento desta missão por Maria em favor de todos os homens.
§503 A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus Encarnação. Jesus tem um só Pai: Deus[a52]. "A natureza humana que ele assumiu nunca o afastou do Pai...; por natureza, Filho de seu Pai segundo a divindade; por natureza, Filho de sua Mãe, segundo a humanidade; mas propriamente Filho de Deus em suas duas naturezas[a53]."
§504 Jesus é concebido pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, pois ele é o Novo Adão [a54]que inaugura a nova criação: “O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do Céu" (1Cor 15,47). A humanidade de Cristo é, desde a sua concepção, repleta do Espírito Santo, pois Deus "lhe dá o Espírito sem medida" (Jo 3,34). É da "plenitude dele", cabeça da humanidade remida[a55], que "nós recebemos graça sobre graça" (Jo 1,16).
§505 Jesus, o Novo Adão, inaugura por sua concepção virginal o novo nascimento dos filhos de adoção no Espírito Santo pela fé. "Como se fará isto?" (Lc 1,34[a56]). A participação na vida divina não vem "do sangue, nem de uma vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1,13). O acolhimento desta vida é virginal, pois esta é totalmente dada pelo Espírito ao homem. O sentido esponsal da vocação humana em relação a Deus [a57]é realizado perfeitamente na maternidade virginal de Maria.
§506 Maria é virgem porque sua virgindade é o sinal de sua fé, absolutamente livre de qualquer dúvida[a58]", e de sua doação sem reservas à vontade de Deus[a59]. É sua fé que lhe concede tomar-se a Mãe do Salvador: "Beatior est Maria percipiendo fidem Christi quam concipiendo carnem Christi - Maria é mais bem-aventurada recebendo a fé de Cristo do que concebendo a carne de Cristo[a60]".
§507 Maria é ao mesmo tempo Virgem e Mãe por ser a figura e a mais perfeita realização da Igreja. [a61]"A Igreja... torna-se também ela Mãe por meio da palavra de Deus que ela recebe na fé, pois pela pregação e pelo Batismo ela gera para a vida nova e imortal os filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus. Ela é também a virgem que guarda, íntegra e puramente, a fé dada a seu Esposo[a62]."
9 VIRGINDADE DE MARIA
§496 Desde as primeiras formulações da fé[a63], a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido "do Espírito Santo, sem sêmen[a64]". Os Padres vêem na conceição virginal o sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a nossa:
Assim, Santo Inácio de Antioquia (início do século II): "Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne[a65], Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus[a66], verdadeiramente nascido de uma virgem...ele foi verdadeiramente pregado, na sua carne, {à cruz} por nossa salvação sob Pôncio Pilatos... ele sofreu verdadeiramente, como também ressuscitou verdadeiramente[a67]".
§497 Os relatos evangélicos [a68]entendem a conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda compreensão e toda possibilidade humanas[a69]: "O que foi gerado nela vem do Espírito Santo", diz o anjo a José acerca de Maria, sua noiva (Mt 1,20). A Igreja vê aí o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaias: "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho" (Is 7,14, segundo a tradução grega de Mt 1,23).
§498 Por vezes tem-se estranhado o silêncio do Evangelho de São Marcos e das epístolas do Novo Testamento sobre a concepção virginal de Maria. Houve também quem se perguntasse se não se trataria aqui de lendas ou de construções teológicas sem pretensões históricas. A isto deve-se responder: a fé na concepção virginal de Jesus deparou com intensa oposição, zombarias ou incompreensões da parte dos não-crentes, judeus e pagãos[a70]. Ela não era motivada pela mitologia pagã ou por alguma adaptação às idéias do tempo. O sentido deste acontecimento só é acessível à fé, que o vê no "nexo que interliga os mistérios entre si[a71]", no conjunto dos Mistérios de Cristo, desde a sua Encarnação até a sua Páscoa. Santo Inácio de Antioquia já dá testemunho deste nexo: "O príncipe deste mundo ignorou a virgindade de Maria e o seu parto, da mesma forma que a Morte do Senhor: três mistérios proeminentes que se realizaram no silêncio de Deus[a72].
10 VISITA DE MARIA A ISABEL COMO VISITA DE DEUS AO SEU POVO
§717 “Houve um homem enviado por Deus. Seu nome era João” (Jo 1,6). João é "repleto do Espírito Santo, ainda no seio de sua mãe" (Lc 1,15) por obra do próprio Cristo que a Virgem Maria acabava de conceber do Espírito Santo A "visitação" de Maria a Isabel tomou-se, assim, "visita de Deus ao seu povo".
Paulo VI : “Culto à Virgem Maria”
[a1] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56.
[a2] Lc 1, 28
[fca3] Gn 18, 14 Por acaso, existe alguma coisa impossível para Javé? Neste mesmo tempo, no próximo ano, eu voltarei a você, e Sara já terá um filho».
[fca4] Lc 1, 48 porque olhou para a humilhação de sua serva.
[a5] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56.
[a6]
[a7]
[a8]
[a9]
[a10]
[a11]
[a12] Lc 1, 28
[a13] (Lc 1, 35).
[a14] (Conforme Rm 1, 3 ; 2 Tm 2, 8 ; Ap 22, 16).
[a15] DS 150
[a16] cf. Jo 16, 14-15
[a17] cf. Mt 1, 20 ; Lc 1, 35
[a18] cf. Lc 2, 8-20
[a19] cf. Mt 2, 1-12
[a20] cf. Jo 1, 31-34
[a21] cf. Jo 2, 11
[a22] cf. Mt 13, 55
[a23] DS 251
[a24] Lc 1,26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. 27 Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava, e disse: «Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!» 29 Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. 30 O anjo disse: «Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. 31 Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, 33 e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.» 34 Maria perguntou ao anjo: «Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?» 35 O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. 36 Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. 37 Para Deus nada é impossível.» 38 Maria disse: «Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo a deixou.
[a25] cf Rm 4, 18 Esperando contra toda esperança, Abraão acreditou e tornou-se o pai de muitas nações, conforme foi dito a ele: «Assim será a sua descendência.» 19 Ele não fraquejou na fé, embora já estivesse vendo o próprio corpo sem vigor - ele tinha quase cem anos - e o ventre de Sara já estivesse amortecido. 20 Diante da promessa divina, ele não duvidou, mas foi fortalecido pela fé e deu glória a Deus. 21 Ele estava plenamente convencido de que Deus podia realizar o que havia prometido.
Gl 4, 26 Mas a Jerusalém do alto é livre, e ela é a nossa mãe. 27 Porque está na Escritura: «Alegre-se, estéril, você que não dava à luz! Grite de alegria, você que não conheceu as dores do parto, porque os filhos da abandonada são mais numerosos do que os filhos daquela que tem marido».
[a26] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56.
[a27] Lc 1, 28
[a28] Lc 1, 28
[a29] DS 2803
[a30] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56
[a31] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 53
[a32] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56
[a33]" (cf. 1 Coe 15, 21-22. 45)
[a34] Rm 5,19-20
[a35] Conforme Pio IX Inffabilis Deus: DS 2803)
[a36] (Conforme Concílio de Trento : DS 1573)
[a37] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 62
[a38] Lc 1,26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. 27 Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava, e disse: «Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!» 29 Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. 30 O anjo disse: «Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. 31 Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, 33 e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.» 34 Maria perguntou ao anjo: «Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?» 35 O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. 36 Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. 37 Para Deus nada é impossível.» 38 Maria disse: «Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo a deixou.
[a39] cf Rm 4, 18 Esperando contra toda esperança, Abraão acreditou e tornou-se o pai de muitas nações, conforme foi dito a ele: «Assim será a sua descendência.» 19 Ele não fraquejou na fé, embora já estivesse vendo o próprio corpo sem vigor - ele tinha quase cem anos - e o ventre de Sara já estivesse amortecido. 20 Diante da promessa divina, ele não duvidou, mas foi fortalecido pela fé e deu glória a Deus. 21 Ele estava plenamente convencido de que Deus podia realizar o que havia prometido.
Gl 4, 26 Mas a Jerusalém do alto é livre, e ela é a nossa mãe. 27 Porque está na Escritura: «Alegre-se, estéril, você que não dava à luz! Grite de alegria, você que não conheceu as dores do parto, porque os filhos da abandonada são mais numerosos do que os filhos daquela que tem marido».
[a40] Lc 2, 15 Quando os anjos se afastaram, voltando para o céu, os pastores combinaram entre si: «Vamos a Belém, ver esse acontecimento que o Senhor nos revelou.» 16 Foram então, às pressas, e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17 Tendo-o visto, contaram o que o anjo lhes anunciara sobre o menino. 18 E todos os que ouviam os pastores, ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19 Maria, porém, conservava todos esses fatos, e meditava sobre eles em seu coração.
[a41] Mt 2, 11 Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra.
[a42] Lc 2, 14 «Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.»
[a43] Jo 19, 25 A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. 26 Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: «Mulher, eis aí o seu filho.» 27 Depois disse ao discípulo: «Eis aí a sua mãe.» E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.
[a44] cf. Hb 10, 5
[a45] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 56 ; cf. 61
[a46] cf. Gn 3, 15
[a47] cf. Gn 3, 20
[a48] cf. Gn 18, 10-14 ; 21, 1-2
[a49] cf. 1 CoR 1, 27
[a50] cf. 1 Sm 1
[a51] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 55
[a52] cf. Lc 2, 48-49
[a53] Concílio Friuli em 796 : DS 619
[a54] 1 Cor 15, 45-47
[a55] cf. Cl 1, 18
[a56] cf. Jo 3, 9
[a57] cf. 2 Cor 11, 2
[a58] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 63.
[a59] cf. 1 Cor 7, 34-35
[a60] S. Agostinho, De Sancta virginitate . 3 : PL 40, 398
[a61] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 63.
[a62] Conforme Constituição Dogmática Concílio Vaticano II « Lumen gentium » item 64
[a63] DS 10-64
[a64] Concílio de Latrão en 649 : DS 503
[a65] cf. Rm 1, 3.
[a66] cf. Jo 1, 13
[a67] (Smyrn. 1-2).
[a68] cf. Mt 1, 18-25 ; Lc 1, 26-38
[a69] Lc 1,34
[a70] cf. S. Justino, dialogus cum Tryphone Iudaeo 66, 67 ; Origenes, Cels. 1, 32. 69 ; e.a
[a71] DS 3016
[a72] Santo Inácio de Antioquia – Ad Eph. 19, 1 ; cf. 1 Cor 2, 8